quarta-feira, 8 de abril de 2009

TDAH - TRANSTORNO DO DÉFICT DE ATENÇÃO COM HIPERATIVIDADE

O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é um transtorno neurobiológico[1], inicialmente relacionado a uma lesão cerebral mínima.

Nos anos 1960, devido à dificuldade de comprovação da lesão, sua definição adquiriu uma perspectiva mais funcional, caracterizando-se como uma síndrome de conduta, tendo como sintoma primordial a atividade motora excessiva e o déficit de atenção (no entanto existe também o Distúrbio do déficit de atenção sem hiperatividade).

O transtorno nasce com o indivíduo e já aparece na primeira infância, quase sempre acompanhando o indivíduo por toda a sua vida.

Características
O transtorno se caracteriza por sinais claros e repetitivos de desatenção, inquietude e impulsividade, mesmo quando o paciente tenta não mostrá-lo. Existem vários graus de manifestação do TDAH, os mais caracterizados são tratados com medicamentos, como o cloridrato de metilfenidato (Ritalina em sua versão comercial). Recebe às vezes o nome DDA (Distúrbio do Déficit de Atenção) ou SDA (Síndrome do Déficit de Atenção). Em inglês, também é chamado de ADD, as iniciais de Attention Deficit/Hyperactivity Disorder (ADHD.)

Na década de 1980, a partir de novas investigações, passou-se a ressaltar aspectos cognitivos da definição de síndrome, principalmente o déficit de atenção e a impulsividade ou falta de controle, considerando-se, além disso, que a atividade motora excessiva é resultado do alcance reduzido da atenção da criança e da mudança contínua de objetivos e metas a que é submetida. É um transtorno reconhecido pela OMS (Organização Mudial da Saúde), tendo inclusive em muitos países, lei de proteção, assistência e ajuda tanto aos que têm este transtorno ou distúrbios quanto aos seus familiares. Há muita controvérsia sobre o assunto. Há especialistas que defendem o uso de medicamentos e outros que, por tratar-se de um Transtorno Social, o indivíduo deve aprender a lidar com ele sem a utilização de medicamentos[1].

Segundo Rohde e Benczick o TDAH é um problema de saúde mental que tem como características básicas a desatenção, a agitação (hiperatividade) e a impulsividade, podendo levar a dificuldades emocionais, de relacionamento, bem como a baixo desempenho escolar; podendo ser acompanhado de outros problemas de saúde mental. Os autores Rohde e Benczich, caracterizam o TDAH em dois grupos de sintomas.

A imagem da esquerda ilustra áreas de atividade cerebral de uma pessoa sem TDAH e a imagem da direita de uma pessoa com TDAH. Há certa controvérsia sobre o estudo do Dr. Alan Zametkin que produziu estas imagens, pois as crianças que fizeram parte do estudo tinham maioritariamente disfunções severas.


Sintomas relacionados à desatenção:
  1. Não prestar atenção a detalhes;
  2. ter dificuldade para concentrar-se;
  3. não prestar atenção ao que lhe é dito;
  4. ter dificuldade em seguir regras e instruções;
  5. desvia a atenção com outras atividades;
  6. não terminar o que começa;
  7. ser desorganizado;
  8. evitar atividades que exijam um esforço mental continuado;
  9. perder coisas importantes;
  10. distrair-se facilmente com coisas alheias ao que está fazendo;
  11. esquecer compromissos e tarefas;
  12. problemas financeiros;
  13. tarefas complexas se tornam entediantes e ficam esquecidas;
  14. dificuldade em fazer planejamento de curto ou de longo prazo.
Os sintomas relacionados à hiperatividade/impulsividade
  1. ficar remexendo as mãos e/ou os pés quando sentado;
  2. não permanecer sentado por muito tempo;
  3. pular, correr excessivamente em situações inadequadas;
  4. sensação interna de inquietude;
  5. ser barulhento em atividades lúdicas;
  6. ser muito agitado;
  7. falar em demasia;
  8. responder às perguntas antes de concluídas;
  9. ter dificuldade de esperar sua vez;
  10. intrometer-se em conversas ou jogos dos outros.
Para se diagnosticar um caso de TDAH é necessário que o indivíduo em questão apresente pelo menos seis dos sintomas de desatenção e/ou seis dos sintomas de hiperatividade; além disso os sintomas devem manifestar-se em pelo menos dois ambientes diferentes e por um período superior a seis meses.

Causas
As pesquisas têm apresentado como possíveis causas de TDAH a hereditariedade, problemas durante a gravidez ou no parto, exposição a determinadas substâncias (chumbo) ou problemas familiares como: um funcionamento familiar caótico, alto grau de discórdia conjugal, baixa instrução, famílias com baixo nível socio-econômico, ou famílias com apenas um dos pais.


Famílias caracterizadas por alto grau de agressividade nas interações, podem contribuir para o aparecimento de comportamento agressivo ou de oposição desafiante nas crianças. Segundo Goldstein, alguns fatores podem propiciar o aparecimento do TDAH quando em condições favoráveis, por isso as causas do TDAH são de uma vulnerabilidade herdada ao transtorno que vai se manifestar de acordo com a presença de desencadeadores ambientais. A ansiedade, frustração, depressão ou criação imprópria podem levar ao comportamento hiperativo.

Quem pode diagnosticar TDAH

O diagnóstico de TDAH é fundamentalmente clínico, realizado por profissional que conheça profundamente o asunto, que necessariamente deve descartar outras doenças e transtornos, para então indicar o melhor tratamento [1]. O termo hiperatividade tem sido popularizado e muitas crianças rotuladas erroneamente. É preciso cuidado ao se caracterizar uma criança como portadora de TDAH. Somente um médico (preferencialmente psiquiatra) ou psicólogo especializado [2] podem confirmar a suspeita de outros profissionais de áreas afins, como fonoaudiólogos, educadores ou psicopedagogos, que devem encaminhar a criança para o devido diagnóstico. Existem testes e questionários [3] que auxiliam o diagnóstico clínico [2] 

Hoje já se sabe que a área do cérebro envolvida nesse processo é a região orbital frontal (parte da frente do cérebro) responsável pela inibição do comportamento, pela atenção sustentada, pelo autocontrole e pelo planejamento para o futuro. Entretanto, é importante frisar que o cérebro deve ser visto como um órgão cujas partes apresentam grande interligação, fazendo com que outras áreas que possuam conexão com a região frontal possam não estar funcionando adequadamente, levando aos sintomas semelhantes aos de TDAH. Os neurotransmissores que parecem estar deficitários em quantidade ou funcionamento, em indivíduos com TDAH, são basicamente a dopamina e a noradrenalina, que precisam ser estimuladas através de medicações.


Algumas pessoas precisam tomar estimulantes como forma de minorar os sintomas de déficit de atenção/hiperatividade, entretanto nem todas respondem positivamente ao tratamento. É importante que seja avaliada criteriosamente a utilização de medicamentos em função dos efeitos colaterais que os mesmos possuem. Em alguns casos, não apresentam nenhuma melhora significativa, não se justificando o uso dos mesmos. A duração da administração de um medicamento também é decorrente das respostas dadas ao uso e de cada caso em si.

O uso de medicamentos


Se necessita de ajuda, consulte um profissional de saúde.As informações aqui contidas não têm caráter de aconselhamento.

O tratamento baseia-se em medicação se necessário e acompanhamento psicológico[4], fonoaudiológico ou psicopedagógico. É importante que seja avaliada criteriosamente a utilização de medicamentos em função dos efeitos colaterais que os mesmos possuem. Mais de 80% dos portadores de TDAH beneficiam-se com o uso de medicamento [1]. Em alguns casos, não apresentam nenhuma melhora significativa, não se justificando o uso dos mesmos. A duração da administração de um medicamento também é decorrente das respostas dadas ao uso e de cada caso em si.

Famílias caracterizadas por alto grau de agressividade nas interações, podem contribuir para o aparecimento de comportamento agressivo ou de oposição desafiante nas crianças, o que pode ser denomiado de Hiperatividade de fundo social, diferente de TDAH.


Nota: Alguns autores usam a terminologia Desordem em lugar de Transtorno, portanto DDAH em lugar de TDAH.

Referências

  • 1,0 1,1 1,2 TDAH:Causas, Sintomas, Diagnóstico e Tratamento. Portal Banco de Saúde. 2009.
  • TDAH Guia Completo
  • TDAH: Questionários e escalas. Associacao Brasileira do Déficit de Atenção. ABDA
Ver também
  1. Alicia Fernández
  2. Deficiência
  3. Dificuldades de aprendizagem
  4. Discalculia
  5. Dislalia
  6. Dislexia
  7. Disortografia
  8. Distúrbio do déficit de atenção sem hiperatividade
  9. Educação inclusiva
  10. Fonoaudiologia
  11. Inibição cognitiva
  12. Modalidades de aprendizagem
  13. Necessidades educativas especiais
  14. Psicopedagogia
Ligações externas
  1. Associacao Brasileira do Déficit de Atenção - ABDA Visitado em 26/02/2009
  2. Sei.Centro de Desenvolvimento e Aprendizagem Visitado em 26/02/2009
  3. Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade Visitado em 26/02/2009
  4. Transtornos de Défict de Atenção com Hiperatividade Visitado em 26/02/2009
  5. O que é a PHDA no adulto? Visitado em 26/02/2009
  6. Transtorno de déficit de atenção/hiperatividade Visitado em 26/02/2009
  7. Hiperactividade: Causas e Tratamentos Visitado em 26/02/2009
  8. Transtorno do déficit de atenção e hiperatividade Visitado em 26/02/2009
  9. TDAH: quando não compreendido, um transtorno Visitado em 26/02/2009
  10. O que é TDAH - Déficit de Atenção? Visitado em 26/02/2009
  11. Perguntas freqüentes sobre TDAH Visitado em 26/02/2009