O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é um transtorno neurobiológico[1], inicialmente relacionado a uma lesão cerebral mínima.
Nos anos 1960, devido à dificuldade de comprovação da lesão, sua definição adquiriu uma perspectiva mais funcional, caracterizando-se como uma síndrome de conduta, tendo como sintoma primordial a atividade motora excessiva e o déficit de atenção (no entanto existe também o Distúrbio do déficit de atenção sem hiperatividade).
O transtorno nasce com o indivíduo e já aparece na primeira infância, quase sempre acompanhando o indivíduo por toda a sua vida.
Características
O transtorno se caracteriza por sinais claros e repetitivos de desatenção, inquietude e impulsividade, mesmo quando o paciente tenta não mostrá-lo. Existem vários graus de manifestação do TDAH, os mais caracterizados são tratados com medicamentos, como o cloridrato de metilfenidato (Ritalina em sua versão comercial). Recebe às vezes o nome DDA (Distúrbio do Déficit de Atenção) ou SDA (Síndrome do Déficit de Atenção). Em inglês, também é chamado de ADD, as iniciais de Attention Deficit/Hyperactivity Disorder (ADHD.)
Na década de 1980, a partir de novas investigações, passou-se a ressaltar aspectos cognitivos da definição de síndrome, principalmente o déficit de atenção e a impulsividade ou falta de controle, considerando-se, além disso, que a atividade motora excessiva é resultado do alcance reduzido da atenção da criança e da mudança contínua de objetivos e metas a que é submetida. É um transtorno reconhecido pela OMS (Organização Mudial da Saúde), tendo inclusive em muitos países, lei de proteção, assistência e ajuda tanto aos que têm este transtorno ou distúrbios quanto aos seus familiares. Há muita controvérsia sobre o assunto. Há especialistas que defendem o uso de medicamentos e outros que, por tratar-se de um Transtorno Social, o indivíduo deve aprender a lidar com ele sem a utilização de medicamentos[1].
Segundo Rohde e Benczick o TDAH é um problema de saúde mental que tem como características básicas a desatenção, a agitação (hiperatividade) e a impulsividade, podendo levar a dificuldades emocionais, de relacionamento, bem como a baixo desempenho escolar; podendo ser acompanhado de outros problemas de saúde mental. Os autores Rohde e Benczich, caracterizam o TDAH em dois grupos de sintomas.
A imagem da esquerda ilustra áreas de atividade cerebral de uma pessoa sem TDAH e a imagem da direita de uma pessoa com TDAH. Há certa controvérsia sobre o estudo do Dr. Alan Zametkin que produziu estas imagens, pois as crianças que fizeram parte do estudo tinham maioritariamente disfunções severas.
Sintomas relacionados à desatenção:
- Não prestar atenção a detalhes;
- ter dificuldade para concentrar-se;
- não prestar atenção ao que lhe é dito;
- ter dificuldade em seguir regras e instruções;
- desvia a atenção com outras atividades;
- não terminar o que começa;
- ser desorganizado;
- evitar atividades que exijam um esforço mental continuado;
- perder coisas importantes;
- distrair-se facilmente com coisas alheias ao que está fazendo;
- esquecer compromissos e tarefas;
- problemas financeiros;
- tarefas complexas se tornam entediantes e ficam esquecidas;
- dificuldade em fazer planejamento de curto ou de longo prazo.
Os sintomas relacionados à hiperatividade/impulsividade
- ficar remexendo as mãos e/ou os pés quando sentado;
- não permanecer sentado por muito tempo;
- pular, correr excessivamente em situações inadequadas;
- sensação interna de inquietude;
- ser barulhento em atividades lúdicas;
- ser muito agitado;
- falar em demasia;
- responder às perguntas antes de concluídas;
- ter dificuldade de esperar sua vez;
- intrometer-se em conversas ou jogos dos outros.
Para se diagnosticar um caso de TDAH é necessário que o indivíduo em questão apresente pelo menos seis dos sintomas de desatenção e/ou seis dos sintomas de hiperatividade; além disso os sintomas devem manifestar-se em pelo menos dois ambientes diferentes e por um período superior a seis meses.
Causas
As pesquisas têm apresentado como possíveis causas de TDAH a hereditariedade, problemas durante a gravidez ou no parto, exposição a determinadas substâncias (chumbo) ou problemas familiares como: um funcionamento familiar caótico, alto grau de discórdia conjugal, baixa instrução, famílias com baixo nível socio-econômico, ou famílias com apenas um dos pais.
Famílias caracterizadas por alto grau de agressividade nas interações, podem contribuir para o aparecimento de comportamento agressivo ou de oposição desafiante nas crianças. Segundo Goldstein, alguns fatores podem propiciar o aparecimento do TDAH quando em condições favoráveis, por isso as causas do TDAH são de uma vulnerabilidade herdada ao transtorno que vai se manifestar de acordo com a presença de desencadeadores ambientais. A ansiedade, frustração, depressão ou criação imprópria podem levar ao comportamento hiperativo.
Quem pode diagnosticar TDAH
O diagnóstico de TDAH é fundamentalmente clínico, realizado por profissional que conheça profundamente o asunto, que necessariamente deve descartar outras doenças e transtornos, para então indicar o melhor tratamento [1]. O termo hiperatividade tem sido popularizado e muitas crianças rotuladas erroneamente. É preciso cuidado ao se caracterizar uma criança como portadora de TDAH. Somente um médico (preferencialmente psiquiatra) ou psicólogo especializado [2] podem confirmar a suspeita de outros profissionais de áreas afins, como fonoaudiólogos, educadores ou psicopedagogos, que devem encaminhar a criança para o devido diagnóstico. Existem testes e questionários [3] que auxiliam o diagnóstico clínico [2]
Hoje já se sabe que a área do cérebro envolvida nesse processo é a região orbital frontal (parte da frente do cérebro) responsável pela inibição do comportamento, pela atenção sustentada, pelo autocontrole e pelo planejamento para o futuro. Entretanto, é importante frisar que o cérebro deve ser visto como um órgão cujas partes apresentam grande interligação, fazendo com que outras áreas que possuam conexão com a região frontal possam não estar funcionando adequadamente, levando aos sintomas semelhantes aos de TDAH. Os neurotransmissores que parecem estar deficitários em quantidade ou funcionamento, em indivíduos com TDAH, são basicamente a dopamina e a noradrenalina, que precisam ser estimuladas através de medicações.
Algumas pessoas precisam tomar estimulantes como forma de minorar os sintomas de déficit de atenção/hiperatividade, entretanto nem todas respondem positivamente ao tratamento. É importante que seja avaliada criteriosamente a utilização de medicamentos em função dos efeitos colaterais que os mesmos possuem. Em alguns casos, não apresentam nenhuma melhora significativa, não se justificando o uso dos mesmos. A duração da administração de um medicamento também é decorrente das respostas dadas ao uso e de cada caso em si.
O uso de medicamentos
Advertência: A Wikipedia não é um consultório médico.
Se necessita de ajuda, consulte um profissional de saúde.As informações aqui contidas não têm caráter de aconselhamento.
O tratamento baseia-se em medicação se necessário e acompanhamento psicológico[4], fonoaudiológico ou psicopedagógico. É importante que seja avaliada criteriosamente a utilização de medicamentos em função dos efeitos colaterais que os mesmos possuem. Mais de 80% dos portadores de TDAH beneficiam-se com o uso de medicamento [1]. Em alguns casos, não apresentam nenhuma melhora significativa, não se justificando o uso dos mesmos. A duração da administração de um medicamento também é decorrente das respostas dadas ao uso e de cada caso em si.
Famílias caracterizadas por alto grau de agressividade nas interações, podem contribuir para o aparecimento de comportamento agressivo ou de oposição desafiante nas crianças, o que pode ser denomiado de Hiperatividade de fundo social, diferente de TDAH.
Nota: Alguns autores usam a terminologia Desordem em lugar de Transtorno, portanto DDAH em lugar de TDAH.
Referências
- 1,0 1,1 1,2 TDAH:Causas, Sintomas, Diagnóstico e Tratamento. Portal Banco de Saúde. 2009.
- TDAH Guia Completo
- TDAH: Questionários e escalas. Associacao Brasileira do Déficit de Atenção. ABDA
Ver também
- Alicia Fernández
- Deficiência
- Dificuldades de aprendizagem
- Discalculia
- Dislalia
- Dislexia
- Disortografia
- Distúrbio do déficit de atenção sem hiperatividade
- Educação inclusiva
- Fonoaudiologia
- Inibição cognitiva
- Modalidades de aprendizagem
- Necessidades educativas especiais
- Psicopedagogia
Ligações externas
- Associacao Brasileira do Déficit de Atenção - ABDA Visitado em 26/02/2009
- Sei.Centro de Desenvolvimento e Aprendizagem Visitado em 26/02/2009
- Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade Visitado em 26/02/2009
- Transtornos de Défict de Atenção com Hiperatividade Visitado em 26/02/2009
- O que é a PHDA no adulto? Visitado em 26/02/2009
- Transtorno de déficit de atenção/hiperatividade Visitado em 26/02/2009
- Hiperactividade: Causas e Tratamentos Visitado em 26/02/2009
- Transtorno do déficit de atenção e hiperatividade Visitado em 26/02/2009
- TDAH: quando não compreendido, um transtorno Visitado em 26/02/2009
- O que é TDAH - Déficit de Atenção? Visitado em 26/02/2009
- Perguntas freqüentes sobre TDAH Visitado em 26/02/2009